Robertinho
Godoy
Primeira
Página
Cachoeira
Paulista, 16 de janeiro de 1999
A
cena fotográfica de Cachoeira é separada por dois períodos: antes e depois do
mestre Zizinho. Através dos tempos muitos fotógrafos se interessaram em documentar
em fotos os aspectos físico-sociais do município, deixando-nos um valioso
acervo facilmente encontrado em arquivos de família e museu.
O
conjunto da obra fotográfica captada ao longo de décadas pelas sensíveis lentes
do professor Zizinho supera em números e em qualidade artística a soma de todos
os registros históricos conhecidos sobre a cidade, tamanha a grandiosidade do
legado cultural perpetrado pelo mestre que dedicou toda uma vida a retratar e a
divulgar a beleza natural de Cachoeira e os costumes de sua gente.
Dotado
de estilo e originalidade impares, o jornalista e professor Zizinho Botelho viu
suas imagens ilustrarem publicações os mais variados jornais e revistas, para
os quais foi abnegado colaborador, por vezes abrindo mão de direitos autorais
em nome da popularização da arte e divulgação da cultura.
O
pioneirismo de seu trabalho, sua inquietude diante das realidades humana e paisagística,
o dom de possuir uma inusitada e diferenciada visão das coisas foram elementos
a despertar em seus muitos admiradores e aprendizes o interesse pelo domínio das
técnicas elementares da fotografia, desde o “click” inaugural aos processos
finais de revelação do filme e ampliação em papel, conduzindo uma devotada legião
de iniciantes a buscar o primeiro contato com o equipamento e a alcançar, após ensaiar
muito, uma leitura própria da diversidade que nos rodeia.
Todos
os curiosos principiantes que vislumbraram na fotografia uma forma de se
expressar artisticamente certamente beberam da inesgotável fonte criativa
surgida da ótica acurada e inimitável do nosso fotografo maior.
A
trajetória artística e a valiosa contribuição do pioneiro Zizinho ao
engrandecimento da cultura artístico-jornalística credenciam o singelo mestre a
ter seu nome em indelével relevo na galeria dos valorosos cachoeirenses, a quem
muito devemos pela magnitude e repercussão de sua obra, erigida por mãos sábias
que tem na simplicidade um princípio maior de vida.
Dentre
muitas virtudes, mestre Zizinho Botelho sempre dirigiu a todos um olhar terno,
uma inefável dedicação aos amigos e alunos, e uma extraordinária doação de si à
arte que abraçou: a fotografia. A despeito do exclusivo uso do papel em preto e
branco na maioria de suas criações, ganhamos com o trabalho e a pessoa do
mestre Zizinho um mundo de cores jamais vistas.
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