quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Personalidades Folclore Cachoeirense

GAÚCHA: Uma gaúcha doida dos pés a cabeça que vivia pelas ruas cantando baladas sulistas e pedindo esmolas. Xingava qualquer um que mexesse com ela.

TONHÃO BARBUDO: Era um mendigo: Alegre, risonho, calmo, dócil e todos o queriam bem, sendo respeitado por todos. Pedia suas esmolas e tinha por hábito, sentar no banco do jardim e contá-las por diversas vezes. A petizada aproveitava de suas falhas e descuidos e aí afanavam suas moedas. Adorava colecionar relógios. O Tonhão não se enraivecia disso, reclamava e depois se levantava e seguia seu caminho calmamente mesmo. Hoje vemos um busto em sua homenagem, ao lado do viaduto.

ZÉ COELHO: Tinha esse apelido devido ter dentes iguais a um coelho. Não tinha amigos, pois era muito chato, um verdadeiro mala, quando começava uma conversa, não acabava nunca o que fazia os ouvintes largarem ele sozinho, Conhecia todo mundo e todos fugiam dele. Coitado.

LUA: Outra mulher, embora prostituta, foi muito querida na Comuna, devido o seu grande coração em ajudar os pobres. Tudo que pediam ela procurava satisfazer de um modo ou de outro. O que lhe atribuiu o apelido de lua é que ela adorava cantar nas noites de lua cheia, o que os vizinhos apreciavam. Casou-se com um cara muito bom, um soldado chamado Zé Leo que apaixonou-se por ela devido as roupas extravagantes que ela usava.

BEM-TE-VI: Funcionário da Central, bom de coração mas de aparência horrível. Era a pessoa indispensável na frente de todas as procissões, onde soltava os foguetes de vara. No carnaval ele sai vestido coberto de tampinhas de cerveja. Devia pesar mais de 15 quilos, muito divertido vê-lo desfilar no meio do povo.

CAVERECO: Seu nome era João Cardoso de Oliveira, filho de José Cardoso de Oliveira e de Alexandrina Theodoro de Oliveira. Herdou, de sua mãe, uma funerária. Ali mesmo ele fazia os caixões, ia ao lar do falecido media seu corpo e depois o trazia em sua residência. Os meninos, em dia de festa, andavam em seu carrinho motorizado, tipo de jardineira, passeando pela cidade e gritavam, entusiasmado, em ritmo feito por ele mesmo: E Viva o Cavereco – repetindo diversas vezes, durante o trajeto feito. Gostava muito das crianças. Era muito alegre, dava-se com toda população da cidade e andava só com macacão de brim. Isto foi uma promessa que cumpriu até a sua morte.

ZÉ TOCA: Vendia numa carroça. Água. Num grande tambor a 50 centavos a lata de 20 litros. Sua cara parecia um caju. Não gostava de conversa com ninguém e quando acabava a água, voltava para a Mão Fria, onde enchia o tambor novamente.

SEBASTIÃO SANGANGA: Irmão do Pichochó, eletricista, operador de cinema, tinha o nariz achatado de tal maneira que parecia um defunto. Era pau para toda a obra e uma pessoa que não sabia dizer não a ninguém. Trabalhou no Cinema dos Chalitas e depois na Cooperativa de Lacticínios, até morrer. Numa sexta-feira santa fizeram uma imagem com uma cara achatada e não explicaram que santo era. Então um cara falou: o santo parece muito com o Sanganga. Podemos chama-lo de São Ganga.

ZÉ DO EVARISTO: foi o maior folião que a cidade teve. Organizava as festas, os cordões carnavalescos da Vila Carmem e todos os eventos festivos que a cidade fazia lá estava o Zé com sua risada, sua simpatia e os seus 80 quilos. Tinha orgulho de sair na frente dos blocos ou cordões, onde era considerado o Rei Momo de Cachoeira; todos os anos e o resto da cidade o tratava como tal.

MARIA CHIPA-GATO: mulher nascida e criada no bairro do Pitéu, embora fosse uma prostituta, nada a impedia de tratar os amigos e crianças com amor e respeito. Era viciada em bebida, o que modificava o seu comportamento quando estava bêbada. Quando alguém a chamava de Chipa-Gato ela despejava uma avalanche de palavrões de baixo calão que a todos envergonhava. Fora isso, era uma pessoa muito engraçada. Morreu de consequência da bebida.

TIMBÉ: foi um pretinho que ganhava o afeto de qualquer um. Trabalhava como servente de pedreiro e nunca lhe faltou serviço devido a sua capacidade de trabalhar. Sempre com uma piadinha meio sem graça, ele era querido por toda a população. Quando não tinha serviço, enchia uma cesta de bananas e saia pela cidade, vendendo de porta em porta. Parecia um saci de duas pernas. Alegre, jovial, amigo a todos conquistava com sua aura positiva de espírito bom.
  
VINTENZINHO: um mendigo que apareceu em Cachoeira e se apegou com o Sr. Antonio Ferreira chamando-o a todo momento de Mãe. Assim ele o considerava, pois o tratava bem, dava alimento e o deixava dormir no rancho de sua casa. O seu apelido foi das pessoas que lhe pediam para dançar a sua frente, depois, davam-lhe um vintém, no ano de 1910 ainda vigorava essa moeda.

ABIGAIL – BIGA: mulher risonha, carinhosa, atenciosa, morou no bairro do Pitéu onde ajudava a comunidade em todos os sentidos. Mesmo sendo uma prostituta, estava sempre a frente de qualquer melhoria para o bairro. Graças a ela com ajuda de políticos, foi implantada a luz elétrica no bairro. Todos falavam “a Biga deu a luz no Pitéu”. Mudou-se para a Vila Carmem onde continuou a prestar ajuda a todos que a procuravam. Era tida como arroz de festa. Sem ela presente o acontecimento não tinha graça.


BENEDITO GARAPA: popular Dito Cego, dia ninguém o encontrava. Começava a noite assistindo à missa, e depois se mandava por aí. Conhecia pela voz todos os moradores e sabia todos os cânticos da igreja. Andava limpo, calçado, agasalhado pela sua mãe, que também era cega; pedia esmolas pela cidade e todos gostavam dele. Era um homem brincalhão e lia com seus dedos os valores da moedas que lhe davam. O Benedito não gostava de ser chamado, pelas crianças, de Dito Garapa, ficava furioso e quando isso acontecia, corria atrás dos moleques com um porrete nas mãos. O difícil era acerta-los.

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