Ruth Guimarães
Uma filha de Júpiter e Latona chamava-se Febe ou Lua, no céu; Diana, sobre a terra; e Hécate ou Prosérpina, nos infernos. Foi mãe de Medéia e de Circe, ambas feiticeiras. Deusa dos encantamentos, dos sonhos, dos espectros, os feiticeiros ou feiticeiras a invocavam antes de começarem sua magia. Como deusa das expiações, sacrificavam-lhe pequenos cães e erguiam-lhe altares e estátuas nas encruzilhadas. O culto de Hécate, o originário do Egito, foi transportado para Grécia por Orfeu. Em quase todas as nações seu culto foi misturado com o de Diana, caçadora. Era representada com três cabeças, daí lhe advir o espírito de Hécate Tríceps. O número três lhe era consagrado.
Eram as três as Hárpias principais: Aelo Turbilhonante, Ocipede a Rápida e Celeno a Negra. Apolônio as chama de Cães de Júpiter. Valério Flaco lhes dá o epíteto de criadas de Júpiter. Filhas de Netuno e de Ponto o Mar, tinham o aspecto de anciãs, com imensos seios flácidos e pendentes, corpos de abutre, orelhas de urso e garras nos pés e nas mãos. Por onde passavam levavam a desolação e a fome.
Conta-se a história de três irmãs: Pândroso, Aglauro e Herso, filhas de Cécrope, rei de Atenas. Sucedeu que o deus coxo, Hefesto, perseguiu Atena, que lhe fugiu, pois desejava permanecer virgem. Foi alcançada pelo deus. Defendeu-se, mas não pôde impedir que ele lhe ejaculasse na coxa. A semente do deus, caindo no chão, fecundou a terra, que deu à luz Erictônio. Atena recolheu a criança num cofre fechou-o e deu-a às três princesas de Atenas, para que o criassem. Proibiu que abrissem a caixa. Aglauro, uma das irmãs, curiosa, abriu o cofre e o que viu: um monstro com rosto humano e o resto serpente, fez com que ela enlouquecesse.
As Parcas são as divindades do Destino. São elas: Cloto, Láquesis e Átropos. Têm a mesma idade da noite, da Terra e do Céu. Observam o destino do mundo e dos mortais, o movimento das esferas e encarregam-se da harmonia do universo. No seu palácio, o destino – de cada um está gravado em ferro e bronze, inapagáveis. As três irmãs, fazem correr sem cessar o fio misterioso da vida. Cloto, vestida de trajes longos, em azul celeste, trazendo sobre a cabeça uma coroa de sete estrelas, maneja a roca de fiar. Láquesis, vestida de rosa com as vestes semeadas de estrelas, faz delisar o fio pelo fuso. Átropos, a Imutável, toda vestida de negro, corta o fio que mede a duração da vida. Seu nome quer dizer: aquela que não pode ser abrandada.
Na Quimera, monstro nascido de Tifão e Equidna (a Víbora), e criado por Amisodar, rei da Lícia – coexistiam três animais: a Quimera tinha cabeça de leão, corpo de cabra e cauda de dragão. Vomitava chamas. Vivia numa montanha da Lídia, onde Belerofonte a matou.
Três eram as Górgonas: Esteno, Euríale e Medusa. A última e mais terrível, é chamada a Górgona, por excelência. Eram filhas de Forco, Deus marinho e de Ceto. Viviam além do Oceano, na extremidade do mundo, perto das regiões da Noite.
E por falar em três, talvez tenha vindo daí o aviso de que três é a conta que o Diabo fez. Como veremos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário