domingo, 28 de abril de 2013

Mês de Maria

Ruth Guimarães 

E porque é maio, mês de Maria, vamos saudá-la: Ave Maria! Cheia de Graça, que foi mãe, e é principalmente mãe dos desvalidos. 

Maria foi mãe ansiosa, quando fugiu para que , por ordem de Herodes, não lhe matassem o Filho. Mãe desolada quando pensou que O perdeu, aos doze anos. Mãe feliz, quando O encontrou daí a três dias, discorrendo entre os doutores, no Templo. Mãe radiante, quando O viu, nas Bodas de Cana, transformar a água em vinho. Mãe aflita, ao vê-lO preso. Mãe atormentada, mãe angustiada, mãe mortificada, ao vê-lO padecente. 

- Quem é esta? – indagam os anjos, nos salmos – que se vê levantando como a aurora, formosa como a lua, e esplendorosa como o sol? 

- Ah! esta é a mãe triunfante, ao ver o Filho ressuscitado. 

Mãe da Divina Graça, Mãe puríssima, Mãe inviolada, Mãe Intemerata, Mãe Amável, Mãe Admirável, Mãe do Bom Conselho, Mãe do Salvador. E prudentíssima, veneranda, clemente, fiel, Espelho da Justiça e Sede da Sabedoria. Vaso Espiritual. Rosa Mística. Torre de Davi. Torre de Marfim. Casa de Ouro. Arca da Aliança. Porta do Céu. Estrela da Manhã. E Saúde dos Enfermos. E Refúgio dos Pecadores. E Consoladora dos Aflitos. E Rainha. Rainha dos Anjos. Rainha dos Patriarcas, dos Profetas, dos Apóstolos, dos Mártires, dos Confessores, das Virgens e de Todos os Santos. 

De tudo isso ela foi chamada, e de muito mais, e tanto não bastou para celebrar-lhe a magnificência. 

Como lhe estava destinado simbolizar todas as mães, sobreviveu ao Filho. Oitenta anos. Oitenta infinitos. E enquanto viveu, foi mãe da Saudade. 

É tradição que a Senhora estava sentada à porta da mesma velha casinha, em Nazaré, onde José e o Filho aplainavam madeiras, para o serviço de carpintaria. Ela fiava na sua roca e a cabeleira branca como linho se confundia com a alva peça que trabalhava. Vieram os anjos e a arrebataram para o céu. E foi então que ela adquiriu o título definitivo. Tornou-se para a eternidade a Intercessora, que é um pouco o título de todas as mães. 

Ninguém pode tanto como a mãe, no coração do filho.

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