Ruth Guimarães
Já sabemos como o governo encara as essencialidades. O povo tem que tomar em suas mãos a direção dos movimentos e para isso tem que ser esclarecido.
Quem poderia esclarecer o povo? O Padre? O Professor? A Mãe e o Pai em casa? A Sociedade? A Polícia? A Televisão? Os Jornais? Vemos, pois, que a mais importante de todas as prioridades é a educação. É o ensino em todos os níveis. A educação informal, a Escola organizada, os bons livros e os bons exemplos. As atividades construtivas. O despertar de um sentido crítico de vida, de um pensamento raciocinante em cada um.
O que temos, no Vale do Paraíba, como Escola para todos? Sabemos que a rede estadual de ensino gratuito – gratuito é um modo de dizer, porque é pago antecipadamente, com os nossos impostos -, pois dizíamos que a rede de ensino estadual está fracassada, é superficial, ineficiente e pouco séria.
Vamos voltar à incompetência do governo em resolver os problemas prioritários. O PIB do Vale do Paraíba, formado pela somatória do resultado das 39 cidades que o compõe, supera o de 14 estados brasileiros: Amazonas, Mato Grosso, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Sergipe, Rondônia, Piauí, Tocantins, Amapá, Acre e Roraima. Os Estados têm a sua universidade. O Vale do Paraíba que vale por vários Estados, que liga as duas capitais mais desenvolvidas do país, que tem uma população de milhões, que tem um parque industrial que pesa na balança de exportações, que tem uma pecuária que, mesmo sendo pastoreio influi na economia nacional pelo volume, pois o Vale do Paraíba tem três ou quatro unidades estaduais. O estudo superior é aristocratizante pelo preço que deve ser pago às escolas particulares; é proibido ao povo, porque fica longe das cidades do povão, do fundão, longe das cidades mortas, e dos vilarejos, das cidades pequenas e dos aglomerados do proletariado. É mister lutarmos para obter Universidades, implantadas mais ou menos no meio do médio Vale, para servir ao maior número, e para fazer aflorar as inteligências perdidas por aí, na juventude pobre. Bolsas para os primeiros alunos, os brilhantes alunos que se destacam e às vezes não passam de algum caipirinha pé-no-chão, bolsas de estudos para esses, quem já ouviu falar nisso? E, por favor! nada de quotas, nada de esmolas, vamos passar à meritocracia.
As providências tomadas não são para melhorar a criança, não passam de paliativos, esmolas disfarçadas, que não servem de nada. Isto é, servem sim para humilhar o pobre, para que ele se sinta bem em sua pobreza patrocinada, e não reclame. Grandes blefes o tíquete do leite, a merenda escolar. Providencie-se o salário justo, fundem-se escolas para o preparo de profissionais competentes, promova-se o pai, que não será preciso dar esmolas ao filho.
Escola não é lugar de refeições, lugar de comer é em casa. E essas APAES, sem as quais as escolas não funcionam por falta de condições?e apoiados nela os governos deixam de cumprir sua obrigação.
Os professores fazem festas de São João, bingos ilegais, rifas idem, e assim são mantidos precariamente: a higiene da escola, um jardineiro, um bibliotecário, os inevitáveis consertos devidos à ação do tempo, ao uso, e ao vandalismo – e a verba para a manutenção da escola, como deve ser, onde vai parar? Que foi feito dela?
E Barack Obama, do título desta crônica, onde é que fica? Eu é que me pergunto: o que veio fazer tal senhor em nosso país? Mudou alguma coisa? Mudará? O governo está tratando de essencialidades quando aperta a mão de nossos vizinhos norte-americanos? O povo foi esclarecido?
Nenhum comentário:
Postar um comentário