Um resgate da memória de Ruth Guimarães
Fábio Malavoglia
Incrível recado ontem na Central de Relacionamento da Cultura FM. Ouvinte Silvio Tamaso d’Onofrio cria mensagem-poema! Graciosa. Justa. Precisa: toma gancho no atraso da segunda-feira e parte para solo próprio. Reproduzo aqui, porque vale a pena.
Encaminhada ao "FábioMetrópolis" (suponho que seja eu – e adorei):
Você atrasa no trânsito da segunda matinal,
mas cuida das nossas flores no quintal.
Poderias, se lhe aprouvesse, afinal,
trazer à baila outro nome meridional,
de dona Ruth Guimarães, Cultura de grau.
Falecida aos 93 na semana passada,
e não lembrada em nenhum memorial,
ela que no folclore abriu tanta picada,
como muitos autores, morreu marginal.
Graças ao poema-dica: saio atrás da história de Ruth. Descubro sua trajetória esquecida de escritora. Faço a homenagem e conto o que ela fez no programa (ouçam aqui).
Fico com as perguntas: por que ninguém noticiou nada? Por que sequer o movimento negro bradou seu nome? Por que nossa atenção está sempre enfeitiçada - pela mídia, pelo holofote da hora, pela última moda do rei do momento? Até quando irá a hipnose coletiva? Que termine rápido, que termine logo, que termine já: e viva os contos antigos e as fáculas lentas que Ruth Guimarães recolheu pelos ermos, solitária, nas memórias!
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