sábado, 7 de dezembro de 2013

A arte de fotografar

Minha glória maior é orientar inúmeros jovens aos caminhos da fotografia. Ensinar-lhes o amor pelos amplos horizontes ou pela humilde folhinha de plátano, velha engrouvinhada e seca mão; dizer-lhes que ao ter à mercê uma criatura humana na mira da objetiva (arma/alma) vejo-a indefesa, nua, despojada, descubro-lhe a beleza, a essência intocada e descubro que a amo. E essa criatura que se entrega a mim espera que lhe devolva uma sua imagem amável e terna, eternamente agradável aos olhos e aos sentimentos mais diversos e contrários. Não tenho o direito de rir dela, de zombar de sua debilidade física ou moral, não consigo julgá-la nem expô-la à condenação de outrem. Ela é minha, me pertence, é muito de mim também. Está nascendo de mim. Nessa hora sou um Deus: minha obra deve de refletir meus bons desejos.

José Botelho Netto – s/d

Nenhum comentário:

Postar um comentário