Minha
glória maior é orientar inúmeros jovens aos caminhos da fotografia.
Ensinar-lhes o amor pelos amplos horizontes ou pela humilde folhinha de
plátano, velha engrouvinhada e seca mão; dizer-lhes que ao ter à mercê uma
criatura humana na mira da objetiva (arma/alma) vejo-a indefesa, nua,
despojada, descubro-lhe a beleza, a essência intocada e descubro que a amo. E
essa criatura que se entrega a mim espera que lhe devolva uma sua imagem amável
e terna, eternamente agradável aos olhos e aos sentimentos mais diversos e
contrários. Não tenho o direito de rir dela, de zombar de sua debilidade física
ou moral, não consigo julgá-la nem expô-la à condenação de outrem. Ela é minha,
me pertence, é muito de mim também. Está nascendo de mim. Nessa hora sou um
Deus: minha obra deve de refletir meus bons desejos.
José
Botelho Netto – s/d
Nenhum comentário:
Postar um comentário