domingo, 4 de agosto de 2013

Histórias de Jabuti

Cabelos brancos, voz macia, passos lentos. Mão ágeis, a deixarem fluir os profundos saberes dos povos de sua ancestralidade e das gentes de seus muitos tempos, cuidam das medicinas dos caboclos, as plantas que curam males. As mesmas mãos que, à máquina de escrever, transformam em letras e palavras os causos contados pelos matutos, de antes e de agora, trançando fios, numa urdidura fina de um rico universo imaginário, que dá intenso brilho a seus olhos vivazes.

A avozinha de Maria, Letícia, Gabriela e Daira é uma contadeira de histórias como as de antanho, contando e recontando, ora dum jeito, ora doutro, coisas acontecidas - com certeza acontecidas, ainda que no mundo da imaginação, povoado por personagens tantos, impossível dar-lhes conta... e conta histórias de cidadezinha, de Malazartes, de fazer rir e de dar medos, de bichos grandes sempre logrados e de bichos pequenos ladinos, como estas do Compadre Jabu.

"Jabuti é vagaroso, débil, calado, cascudo, pesado, feio e lerdo. No entanto, nos contos populares é astucioso e esperto. Não voa e vai à festa do céu, onde só entram os bichos alados. Para pelejar com a onça, convence alguém a levá-lo ao mais alto pé-de-pau. é pequeno e mede força com os grandes, como a anta e o gigante murucututu. Suas armas: a paciência e a manha."

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