quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Ilusão


Não oponhas ao meu grito

O desdém dos astros impassíveis,

Nem a linguagem das constelações

Não entendo o que escreveste com as estrelas

De braços abertos, na cruz dos quatro caminhos,

Eu também sou uma cruz,

Traçada no chão duro com carvão

(Como se fosse a Tua sombra,

A sombra do Teu Cruzeiro,

Estendida no chão...)

Esse gesto de abrir os braços

Para uma ilusão,

Para o infinito, para o amor,

- gesto de cruz que é Teu e meu –

Nos aproxima,

Oh! Meu Senhor!

Ruth Guimarães

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