Ruth Guimarães Botelho dispensa apresentação, seus livros são os seus cartões de visitas. Cartões mesmo, pois um escritor nunca é uma só pessoa, ele se veste de vários personagens e se reveste pelas histórias que eles transmitem.
Quem a conheceu sabe bem o que ela representa para a cultura da região do Vale do Paraíba. Sua presença física e literária emanava conhecimentos por onde passava. Uma mulher rica de sabedoria, grandiosa pela natureza inspiradora, que aproximou o Vale do Paraíba dos valeparaibanos.
Descreveu a terra caipira em Água Funda; deu significado aos seus medos, para que eles a abandonassem, em Filhos do Medo; Contos de Cidadezinhas, com suas histórias do povo; achegou lendas do outro lado do mundo até nós. Como também as brasileiras, colocando em devido lugar. Trouxe os sacis, com as suas peripécias; Pedro Mazartes e João Barandão, caipiras de pé no chão, que marcaram a literatura desse nosso solo pisado pelos escravos, e com aroma de café.
Após a sua morte, sua história não poderia se esvair entre os dedos do tempo. Sua lembrança não poderia surgir num breve momento. Para que essa chama literária permaneça acessa e radiante, foi criado pela sua família, o Instituto Ruth Guimarães.
Com o legado de que sua história seja revivida por todos que a conheceram, e dada à oportunidade para quem ainda a conhece, de também poder abraçar a sua literatura. Todos ao seu tempo. O instituto é um marco de sua existência, um espaço cultural ao céu aberto, onde a arte e a natureza estarão sempre em plena sintonia.
Quem a conheceu sabe que ela não queria glória e nem fama, mas seria impossível não darmos a honraria merecida ao seu talento. O seu quintal, o coração literário do Vale do Paraíba, é a consagração do seu amor à arte e a cultura. Um espaço livre, simples, de braços abertos para a vida.
Inspiração.
Assim como Ruth!
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