Ruth Guimarães
Escrevo Estas palavras para aqueles que dizem que o mundo não endireita.
Pois o povo está pedindo ensino.
Como muitos milhões de pessoas estive assistindo pela TV a um milagre do padre Marcelo Rossi. Estou falando do milagre de pôr na rua, rezando, cantando e pulando, mais ou menos seiscentas mil pessoas, apenas para assistirem a um ritual cotidiano conhecido e repetido há mais de mil anos, sem novidade nenhuma, nem chamariz da propaganda: a missa de domingo, que não promete sorteio de um milhão, nem de carro zerinho como prêmio.
Mas há um segundo milagre, o mais importante, a verdadeira lição a ser aprendida nessas missas de grande concorrência popular.
Todos nós sabemos nas aglomerações o que acontece. Vejam o noticiário de jogos de futebol! Vão ali pertinho ver o jogo dos compadres! Há tanta violência e tanto mau humor e tanto transbordar de ressentimento e de malignidade, que quase toda gente que se preze deixou de ir a essas festas públicas. É verdade que para ir aos rituais religiosos a carga de humanos defeitos é menor. Que não se toma partido entre São Brás e Santa Ifigênia, entre São Pedro e São Paulo como entre Corinthians e Palmeiras.
Mas é gente que ali está. Pois dessas tantas mil pessoas não se viu, extraordinariamente, nenhuma negativa manifestação. As criaturas encheram demais as ruas, muitas não puderam alcançar a sua condução, tiveram de agüentar um sol candente enquanto um lento escoar (depois de terem estado um século em pé) permitisse a volta pra casa. Sem brigas, sem palavrões, sem um empurrão.
Que o Padre Marcelo é dono de um grande carisma, ninguém nega. Que tem o apoio tanto da igreja como da TV Globo, é o que se vê.
Qual a força desse sacerdote? Em primeiro lugar é um homem sincero. Depois é um homem singelo, primário, o que o coloca entre o povo, fazendo parte desse mesmo povo, tendo as suas crenças e as suas aspirações. Um Antônio Conselheiro paulistano, um jovem padrim Circo da Paulicéia.
Qual a sua Pedagogia? O que ele ensina é ouvido e amado, é entendido e obedecido. Pois todos viram e ouviram. Continuam todos vendo e ouvindo. Consiste em quatro palavras:
VAMOS LOUVAR O SENHOR!
Há todo um compêndio de didática nessas palavras. Dizem o que fazer, a quem fazer, como fazer.
O que fazer?: Louvar. A quem fazer?: ao Senhor. Como?: Ora, gente! Quem não sabe de que maneira louvar a Deus? De bem com a vida, e com amor ao próximo.
E ainda há um terceiro questionamento. O Padre Marcelo, sem vaidade, é absolutamente impermeável ao respeito humano exagerado, ao medo do que vão dizer, que impede a muitos o realizarem o que é importante e bom para a alma.
Vamos repetir a sua pergunta:
- O que é que eu venho fazer?
E a resposta nos fará melhores:
- Eu venho louvar o Senhor.
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