domingo, 4 de agosto de 2013

Crônicas Valeparaibanas

E, pois, se a palavra como signo linguistico é arbitrária, a imagem tem por vezes que ser buscada para conotar a informação. E Ruth encontrou no primo José o parceiro e cúmplice para o trabalho de duas vidas. Casaram-se. Tiveram nove filhos. Mas continuam entregando à vida novos rebentos de criação, na forma de reportagens, pesquisas folclóricas, exposições, livros, aulas. São professores, os dois. São Garimpeiros de brilhantes. José desenha com a luz, em preto e branco, e fotografa as belezas das gentes e das coisas das gentes. O casal revisita a dialética de texto e imagem de Roland Barthes, nessa parceria. E prossegue Amadeu Amaral, recupera Valdomiro Silveira, revive Mário de Andrade, resgata Guimarães Rosa.

Neste registro do cotidiano de alguns lugares do Vale do Paraíba, as leréias dos morros e das serras, o clima dos mercados, o rosto das pessoas, as mãos dos artesãos, os trabalhadores, os lugares e seus ocupantes. Ruth e José, meus pais, bruxos, amados, nos remetem à singeleza do que verdadeiramente é importante. Mais não lhes podemos pedir. 

Joaquim Maria, junho de 1991.

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