Ruth Guimarães
O jogo do bicho já foi o mais popular de todos os jogos de azar. E ainda é.
A sua invenção foi atribuída ao Visconde do rio Branco. Conta-se que se escrevia um nome de bicho e se colocava dentro de uma caixa de sapatos. Em seguida, guindava-se a dita caixa-da-fortuna ao cimo de uma árvore do Jardim Botânico, na cidade do Rio de Janeiro, uma das mais altas, por meio de uma vara com um gancho na ponta. Um guarda municipal ficava vigiando até a tarde. No fim do dia, vinha o próprio visconde acompanhado de funcionários e de outras testemunhas, para descer a caixa e verificar que bicho tinha dado. Entrava em cena novamente a vara com o gancho na ponta.
Conta-se que o preparo da tal caixa era assim. O nome genérico do bicho era escrito a mão pelo próprio Visconde. Com o tempo, o Visconde delegou a tarefa a um dos amigos que se encarregou de escrever o nome do animal e de suspender a caixa de segredo. Tratava-se de um português. Nessa época, o Rio de Janeiro fervilhava de lusos. Certa manhã, quando o encarregado do jogo começava a escrever, um curioso, espichando o pescoço o mais que podia conseguiu vislumbrar um B começando o nome. Saiu dali a correr, parou no primeiro guichê e então parou para pensar. Ora, a criatura que escrevia era um português. Português troca o V pelo B. qual dos 25 bichos começa com a letra V? E ele mesmo respondeu: a vaca. Como ele é português escreveu “baça”, pensou. Descarregou todo o pagamento na vaca. De tarde deu o avestruz. Ora, bolas! Não me lembrei que podia ser o “Bestruz”.
O novo jogo não tardou a absorver a quase totalidade da capacidade de sonho do povo... O sonho de ganhar sem trabalhar.
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